Foi próximo de Green Bank, no estado da Virgínia do Oeste, em 1960, que o rádio astrônomo Frank Drake conduziu a primeira consulta extensiva por civilizações alienígenas no espaço profundo. Ele almejou sua parabólica de 25 metros de um rádio telescópio para duas estrelas próximas, similares ao Sol, sintonizando-o à uma frequência que ele pensava poder ser usada para comunicação interestelar por uma civilização.
Mas as estrelas não tinham nada para nos dizer.
Assim começou o SETI, Search for Extraterrestrial Inteligence ou, em português, Procura por Inteligência Extraterrestre, uma forma de pesquisa astronômica que tem capturado a imaginação de pessoas ao redor do planeta, mas que até agora falhou em receber um único “alô”. Eles não estão lá fora; eles estão muito longe, eles são insulares e distantes; eles estão fora de sintonia, jogando em seus computadores; eles estão nos assistindo e se divertindo um pouco, pensando quando é que iremos crescer.
Agora, alguns pesquisadores do SETI estão pressionando para uma agenda mais agressiva: Ao invés de simplesmente escutar, nós também transmitiríamos mensagens, almejando planetas recém descobertos, que estejam orbitando estrelas distantes. Através do “SETI ativo”, anunciaríamos nossa presença e tentaríamos dar início à uma conversa.
Naturalmente, isto é controverso, devido aos, bem, Klingons. Os alienígenas maus.
“A reação de ETs à uma mensagem da Terra não pode atualmente ser conhecida“, declara uma petição assinada por 28 cientistas, pesquisadores e líderes, dentre os quais está o fundador da SpaceX, Elon Musk. “Não sabemos nada sobre as intenções dos ETs e suas capacidades, e é impossível prever se serão benignos ou hostis.”
Porém, esta objeção é controvertida, de acordo com os proponentes do SETI ativo. Eles argumentam que, mesmo se há não amigáveis lá foram, eles já sabem da nossa existência. Isso devido ao seriado de TV I Love Lucy e outras transmissões de rádio e TV que estão irradiando da Terra à velocidade da luz. Alienígenas com instrumentos avançados poderiam também detectar nossos radares de navegação e veriam que temos iluminado nossas cidades.
“Já enviamos sinais para o espaço que irão alertar os alienígenas de nossa presença, com as transmissões e luzes de rua pelos últimos 70 anos“, disse Seth Shostak, um astrônomo do SETI, e apoiador da abordagem mais agressiva. “Estas emissões não podem ser chamadas de volta“.
Isso é verdade somente até um certo ponto, dizem os críticos do SETI ativo. Eles argumentam que o vazamento não intencional do planeta, é omnidirecional e fraco, e muito mais difícil de detectar do que um sinal intencional, estreitamente focado e transmitido para um planeta conhecido.
Estes críticos ainda dizem que é uma forma ruim para os cientistas tentarem tal comunicação interestelar, sem pedirem permissão para o resto da humanidade. Além disso, há a questão do que, exatamente, uma mensagem para as estrelas deveria dizer.
Assim, um dos grandes mistérios científicos — estamos sós no Universo? — leva a uma questão política e cultural espinhenta: Quem fala em nome da Terra?
Esta discussão sobre os protocolos apropriados de comunicação com alienígenas não é o debate mais científico já confeccionado. Mas ele atraiu muita atenção na reunião anual da Associação Americana para as Ciências Avançadas, em San Jose, nos EUA.
A astrônoma Jill Tarter, uma pioneira do SETI, a qual é neutra sobre uma abordagem mais ativa, organizou um simpósio sobre o tópico. Antes do simpósio, dois defensores da ideia, Shostak e Douglas Vakoch, apareceram numa conferência de imprensa junto com David Brin, um escrito de ficção científica, e o cientista planetário David Grinspoon.
“O SETI ativo é um reflexo do SETI crescendo como uma disciplina“, disse Vakoch, um psicólogo clínico que o diretor de Composição de Mensagem Interestelar do Instituto SETI. “Ela pode ser a abordagem que nos levará a fazer contato com a vida além da Terra.”
Mas Brin, que assinou a petição protestando a campanha do SETI ativo, disse que não sabemos o que está lá fora e não deveríamos presumir que os alienígenas são benignos. Ele disse que há aproximadamente 100 cenários para explicar o porquê de não termos escutado nada dos alienígenas até agora. Aproximadamente uma dezena daqueles cenários são desagradáveis, disse ele.
Enquanto os cientistas debatiam entre eles, um homem de cabelo grisalho, usando óculos, escutava silenciosamente no parte de trás da sala: Frank Drake.
Ele tem 84 anos e é o reitor amado no campo SETI. Ele é o Drake da famosa Equação de Drake, a fórmula que ele escreveu em 1961 antes de uma reunião em Green Bank. Sua equação oferece uma técnica para estimar a abundância de civilizações comunicativas.
Ele diz que é muito cedo para engajar no SETI ativo, pois não sabemos o suficiente.
“Eu acho uma perda de tempo atualmente. É como uma pessoa tentar enviar um e-mail para alguém cujo endereço de e-mail não sabemos, e cujo nome eles não sabem.”
Quando Drake usa suas estimativas na Equação de Drake, o resultado é 10.000 civilizações alienígenas que poderíamos detectar, se olhássemos nos lugares certos, com as técnicas corretas.
“São 10.000 que podemos detectar. Há muitas mais“, clarifica Drake. “Muitas muito mais jovens que não podem ser detectadas, porque não possuem a tecnologia, e há aquelas mais velhas que possuem a tecnologia que é tão boa que eles não desperdiçam nenhuma energia.”
Por que, um repórter perguntou a Tarter, deveríamos tentar captar sinais de uma civilização alienígena?
“Estamos curiosos para saber quantas formas diferentes há para esta coisa chamada vida“, disse ela. “E estamos curiosos se é possível termos um futuro longo.”
Isso é porque provavelmente encontraremos uma civilização muito velha, não uma jovem. É uma questão de probabilidades estatísticas. O Universo tem 13,8 bilhões de anos. Se captarmos um sinal, é improvável que seja de uma civilização que recém se tornou comunicativa.
Tartes não está desencorajada pelos resultados negativos do SETI até hoje. Ela diz que a nossa habilidade de detectar sinais, embora muito melhorada desde 1960, permanece limitada.
“Exploramos um pequeno copo d’água de um oceano“, diz ela.
Fonte: www.winnipegfreepress.com
Obviamente, os cientistas corporativos que trabalham no SETI sequer consideram a questão dos vários avistamentos e casos de OVNIs documentados na Terra por inúmeros cidadãos respeitosos, inclusive militares, cientistas e até mesmo presidentes de países.
Enquanto eles procuram lá fora, quem eles procuram já estão aqui, muito que provavelmente.
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