À esquerda, a imagem da cratera, próxima do polo Norte de Mercúrio, onde é visível o gelo. Na imagem da direita, a mesma foto com os níveis ajustados de forma a ver-se o fundo da crateraFotografia © NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington
A ideia que temos de Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, é que se trata de uma rocha infernal com temperaturas elevadíssimas. Por isso, pode parecer estranho encontrar-se ali água em estado sólido, ou seja, gelo. Mas foi exatamente isso que a sonda Messenger, da Nasa, fotografou.
Mercúrio, o mais pequeno planeta do Sistema Solar (desde a "despromoção" de Plutão), tem a maior variação de temperatura de todos os corpos em órbita do Sol: entre os 427º C e os -173º C.
Em parte isto explica-se pelo facto de o planeta não ter atmosfera - não existe mecanismo natural de distribuição de temperatura ao longo da superfície.
A possibilidade de existir gelo nos pólos de Mercúrio tinha sido teorizada há várias décadas e já há cerca de 20 anos um radiotelescópio na Terra tinha detetado indícios da sua existência.
Em 2012, quando a Messenger estava já na órbita do planeta, chegaram dados que sustentavam a hipótese. Agora, dois anos depois, chegam as fotos de uma cratera com 113 quilómetros de largura próxima do pólo Norte que o comprova.
De grande interesse para os cientistas é também o facto de o gelo agora descoberto ser de formação recente, não um vestígio dos primórdios da história do planeta. Segundo os especialistas que esta semana publicaram um estudo na revista Geology, este gelo de Mercúrio parece ser mais recente do que aquele que existe na Lua.
Nenhum comentário :
Postar um comentário